História e curiosidades da Corrida de São Silvestre

Reunimos também seis motivos para você decidir se participa ou foge da mais tradicional corrida do calendário nacional.
Corrida de São Silvestre
Corrida de São Silvestre: motivos para correr ou fugir da prova não faltam.

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Ah, você corre? Que legal, mas já correu a Corrida de São Silvestre?

Quem é corredor certamente já teve que responder a essa pergunta em algum momento da vida. Não é à toa que a São Silvestre é considerada uma das provas mais tradicionais e icônicas do Brasil.

A prova reúne milhares de atletas de várias partes do Brasil e do mundo. Eles vêm para celebrar o fim do ano no melhor estilo: correndo

A Corrida Internacional de São Silvestre está longe de ser unanimidade. Há corredores que com uma série de motivos para ficar bem longe da Avenida Paulista no dia 31 de dezembro.

Neste conteúdo, reunimos alguns motivos que vão te ajudar a decidir por participar do evento pelo menos uma vez na vida.

Mas antes, vamos aprender um pouco sobre a história dessa prova. Ela é vista como a maior e mais animada festa do atletismo brasileiro.

Vamos lembrar os nomes que se destacaram na prova, especialmente dos brasileiros que mudaram de vida ao vencer a São Silvestre.

Quantos km é a Corrida de São Silvestre?

Esta pergunta é uma das mais buscadas no Google quando assunto é Corrida de São Silvestre. 

Antes que mais alguém pergunte, a resposta: a São Silvestre não é uma maratona. Apesar de ter um percurso de “apenas” 15 km, muitas pessoas que não entendem do esporte ainda chamam essa prova de maratona. Obs.: uma maratona tem 42.195 metros. 

História e curiosidades da Corrida de São Silvestre

Primeira largada da Corrida de São Silvestre
Primeira largada da Corrida de São Silvestre em 1925. Foto: divulgação Acervo/Gazeta Press.

A Corrida Internacional de São Silvestre foi criada em 1925. O jornalista Cásper Líbero a idealizou após uma viagem à França. Ele assistiu a uma corrida noturna, onde os participantes carregavam tochas durante o percurso. Estranho, né? 

A primeira prova teve apenas 60 corredores inscritos, 48 participantes, mas só 37 atletas completaram a corrida. O percurso era de 8 km e acontecia à noite, na virada do ano.

Aliás, a São Silvestre largou à noite até 1988. Depois, passou a ser realizada à tarde e, mais recentemente, pela manhã.

Por que a corrida tem o nome de São Silvestre?

São Silvestre I foi um dos papas mais importantes da Igreja Católica (entre 314 e 335 D.C). Seu papado aconteceu em um momento importante para o Cristianismo. O imperador Constantino deu liberdade de culto aos cristãos com o Édito de Milão, em 313.

Além de ser um líder espiritual, São Silvestre ajudou a construir importantes basílicas cristãs em Roma. Ele trabalhou na primeira Basílica de São Pedro, que fica na colina do Vaticano.

São Silvestre faleceu no dia 31 de dezembro de 335. Sua canonização também aconteceu em um 31/12, tornando essa data o dia de sua celebração na Igreja Católica.

Algumas curiosidades sobre a Corrida de São Silvestre

Em 1953, a prova teria reunido 800 mil espectadores para ver principalmente o tricampeão olímpico Emil Zatopek, atleta da antiga Tchecoslováquia.

Sabia que já teve São Silvestre em Brasília?

Em 1958, a futura capital do país sediou uma seletiva da São Silvestre, sendo ela a primeira prova esportiva de Brasília.

A disputa contou até com a ilustre presença e tiro de largada do então presidente Juscelino Kubitschek.

Nas primeiras edições, a Corrida de São Silvestre era tão disputada que havia seletivas regionais na disputa por vagas na prova. Sabia dessa?

Jorge Benjor da São Silvestre.
Participação ilustre do cantor Jorge Benjor em seletiva da prova em 1968 (esq.). Selo comemorativo dos Correios no aniversário de 40 anos da prova.

A 15ª preliminar paulista de 1968, por exemplo, contou com uma participação musical. A do cantor Jorge Benjor (na época era Jorge Ben). 

O artista disputou 250 vagas com 700 atletas inscritos, mas não infelizmente não conseguiu se classificar para prova daquele ano.

Mulheres na Pista

Só em 1975 é que as mulheres começam a disputar a corrida. A primeira vencedora foi a alemã Christa Valensieck, dentre as 17 inscritas, largaram 14 e apenas 12 terminaram o percurso.

Recorde de Público

O recorde de público da prova ocorreu em 2019, quando 35 mil corredores participaram da prova. Nesse ano, aliás, houve algumas mudanças no percurso, com saída da Av. Paulista e chegada no Parque do Ibirapuera.

Atletas que marcaram história na Corrida Internacional de São Silvestre

grandes nomes da São Silvestre.
O maior vencedor da prova, o queniano Paul Tergat (esq). À direita, a portuguesa Rosa Mota, tricampeã da prova nos anos 80.

A São Silvestre foi palco de grandes conquistas, com vitórias históricas de corredores brasileiros e estrangeiros.

Dos gringos, alguns corredores inesquecíveis como equatoriano Rolando Vera, que venceu quatro edições consecutivas (1986, 1987, 1988 e 1989). Ficou especialista no percurso!

Outro destaque mais recente é do queniano Paul Tergat, maior vencedor da prova com cinco edições (1995, 1996, 1998, 1999 e 2000). O atleta do Quênia consolidou o domínio africano na prova.

Na disputa feminina, a portuguesa Rosa Mota é uma lenda, com três vitórias consecutivas nos anos 80

Brasileiros que Fizeram História na São Silvestre

Vencedores brasileiros da São Silvestre.
Marílson Gomes do Santos é tricampeão da prova e o último brasileiro a vencer a corrida (esq.). À direita, a atleta Carmem de Oliveira, a primeira brasileira a vencer a corrida em 1995.

José João da Silva também está entre os brasileiros que marcaram a prova. Em 1980, ele foi o responsável por encerrar um jejum de mais de 30 anos sem vitórias nacionais. Ele repetiu a dose vencendo em 1985.

Os últimos vencedores brasileiros na São Silvestre se tornaram grandes nomes do atletismo nacional. Neste pelotão de elite masculina, estão:

– Marílson Gomes dos Santos – tricampeão da prova: 2010 (44min07s) e 2005 (44min19s) e 2003 (43min49s).

– Franck Caldeira – 2006, com 44min06s.

– Émerson Iser Bem – 1997, com 44min40s.

– Ronaldo da Costa – 1994, com 44min11s. Em 1998, o atleta mineiro bateria o recorde mundial da maratona, em Berlim (ALE).

Já no pelotão de elite feminino, as vencedoras brasileiras recentes são:

– Lucélia Peres – 2006, com o tempo de 52min30s

– Marizete  de Paula Resende – 2002,  com o tempo de 54min02s

Maria Zeferina Baldaia – 2001, com o tempo de 54min08s

– Roseli Machado 1996, com o tempo de 52min32s

– Carmem de Oliveira – 1995, com o tempo de 53min14s, teve seu nome marcado para sempre como a primeira brasileira a vencer prova.

Os mais rápidos: recordes da Corrida de São Silvestre

O recorde masculino do percurso atual é de 42min59s, conquistado em 2019 pelo queniano Kibiwot Kandie.

Já no feminino, o melhor tempo é de 2016, da também queniana Jemima Sumgong, com tempo de 48min35s.

Quem ganhou a São silvestre 2023?

Na edição de 2023, deu dobradinha do Quênia. Timothy Kiplagat Ronoh (masculino) e Catherine Reline (feminino) foram os vencedores da 98ª edição da Corrida de São Silvestre.

Timothy venceu a prova em 44min52s; enquanto Catherine fechou os 15 quilômetros em 49min39s.

6 Motivos para correr (ou não correr) a Corrida de São Silvestre

Corrida Internacional de São Silvestre.
A São Silvestre reúne milhares de pessoas na Avenida Paulista. Faixas, cartazes e fantasias compõem a festa. Foto: divulgação.

Para nós corredores e corredoras, a Corrida de São Silvestre é mais do que uma simples prova. Costuma ser um marco que une dois objetivos. Celebrar o fim de ano correndo e ser um teste de superação pessoal, já que não é uma prova fácil.

Reunir os motivos para correr não é tão fácil, pois há uma série de pontos negativos para fazem muitos corredores desistirem da prova.

1 - Data difícil

Não dá pra negar que dia 31 de dezembro é uma data complicada para correr. Participar da São Silvestre costuma ser sinônimo de renunciar os planos de viagens com a família e amigos. Uma decisão sempre polêmica.

2 - Prova cheia (principalmente na largada)

Correr a São Silvestre é, literalmente, uma “missão impossível” nos primeiros quilômetros. Afinal, mais de 20 mil participantes e sem largada por ondas, fica difícil manter um ritmo adequado desde o início. De qualquer forma, a 99ª edição (2024) promete mudanças na largada para o pelotão geral. É esperar para ver.

3 - Valor da inscrição bem caro

O valor da inscrição da São Silvestre aumenta todo ano. Em 2024, correr a prova não saiu por menos de R$280 (kit básico). Fora a venda por lotes que deixou muito corredor com raiva e decepcionado com a nova organizadora, a Vega Sports.

A energia da São Silvestre contagia a todos, apesar das dificuldades na largada.
A energia da São Silvestre contagia a todos, apesar das dificuldades na largada.

4. Tradição

A São Silvestre é uma das corridas de rua mais tradicionais do Brasil e quase centenária. Uma chance de correr ao lado de pessoas de diferentes partes do Brasil e do mundo. Sem contar a oportunidade de participar da mesma prova em que participam grandes nomes do atletismo mundial.

5. Desafio Pessoal

Completar a Corrida de São Silvestre é uma conquista pessoal para qualquer corredor, especialmente se for a primeira vez. A subida da Brigadeiro é um verdadeiro teste de força e determinação. Cruzar a linha de chegada na Avenida Paulista é um momento de pura satisfação.

6. Energia Única

Poucas corridas têm a energia e a vibração da Corrida de São Silvestre. E tem de tudo: pessoas fantasiadas, as placas e faixas com nomes de cidades de todo o Brasil. Sem contar as pessoas que vão para as ruas da cidade para incentivar os atletas. Uma atmosfera de alegria que faz da São Silvestre mais do que um evento esportivo. Uma verdadeira festa da corrida de rua!

E aí, já decidiu se vale a pena Correr a São Silvestre pelo menos uma vez na vida? 

Se a resposta for sim, bora se preparar para garantir o seu fim de ano com uma nova medalha no peito.

Boa experiência!

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